18 de março de 2013



Toyo Ito

Estava conversando com um amigo esses dias e chegamos a uma conclusão triste: as pessoas não sabem nada de arquitetura. De todas as artes, a arquitetura é a que fica mais de lado na escola, por exemplo. Sempre tem uma beiradinha do livro de história que fala sobre um quadro famoso, ou indica um filme que seja relacionado com o assunto, ou uma letra de música que se encaixa perfeitamente com o que está sendo dito. A verdade é que a maioria das pessoas, pelo menos aqui no Brasil, não sabem o nome de nenhum outro arquiteto além do Niemeyer e não se interessam muito em saber o de nenhum outro. 
E é por esse motivo que eu resolvi aproveitar o post de hoje para falar um pouquinho dessa arte que um dia, se Deus quiser, vai colocar o pão na minha mesa e bancar as 15 idas semanais ao cinema que eu costumo fazer. Hoje a gente vai falar sobre a arquitetura do Toyo Ito!


Mas Isadora, quem é esse senhor tão peculiar? A figurinha da foto acima é ninguém mais, ninguém menos que o vencedor do Prêmio Pritzker de 2013, o Nobel da Arquitetura. Diferente de outras premiações, o Pritzker homenageia arquitetos pelo conjunto de sua obra e pela contribuição dada por ele na arquitetura mundial, e não homenageia uma obra específica. O que é ótimo, por que no caso desse senhor ia ser difícil escolher. Vamos dar uma olhada nos principais projetos:

Pavilhão da Serpentine Gallery, 2002

Projetar o pavilhão do Serpentine em Londres é só pra quem pode. Pra quem não sabe, o pavilhão é uma obra temporária que fica no Hyde Park e é substituída todos os anos por projetos dos arquitetos mais em voga no momento. 2002 foi o ano de Toyo Ito e olha o que o velhinho aprontou (ele tem 71 anos, gente! É sério):



















Midiateca de Sendai, 2000

Uma galeria de arte, biblioteca, centro visual de imagem e um centro de serviço para pessoas com problemas visuais e auditivos. Tudo isso em um edifício só e expresso com um partido simples de "tubo, chapa e pele", nas palavras do arquiteto. A estrutura, que costuma ser um elemento que atrapalha e normalmente não é bonito, se transforma em um dos protagonistas do projeto e permite a criação de fachadas bem livres, que dão esse ar leve ao edifício.
































Biblioteca da Universidade de Arte de Tama, 2007

Essa biblioteca fica em Tóquio e é, na minha opinião, uma das obras mais geniais do Toyo. Mais uma vez o elemento estrutural é parte integrante da estética e um divisor sutil dos ambientes internos. Essas aberturas insanas de grandes criam luminosidade e trazem a parte de fora pra dentro. Fica até difícil pensar que esse ambiente tão iluminado e leve é um gigante de concreto aparente. Depois de ver as fotos, você vai entender melhor porque orientais são tão evoluídos no quesito leitura/estudo/conhecimento.

















































TOD'S

O prédio da marca de bolsas e sapatos é outro exemplo de como a estrutura nunca é um problemo pra Ito. Os "galhos" (o desenho foi inspirado na sobreposição dos galhos de nove árvores diferentes) são de concreto e sustentam o edifício inteiro. Isso mesmo, nenhum pilar interno. Os galhos também funcionam como controladores da entrada de luz, já que as fachadas são todas em vidro. No topo, ainda há um jardim <3



E aí, gostaram da nossa primeira aulinha? O que acharam do nosso novo darling nipônico?
Espero que seja o primeiro de muitos (ou pelo menos de alguns) posts sobre arquitetura!
See you guys later!

2 comentários:

  1. Adorei!!!
    Agora já sei um pouco mais de arquitetura! E estive aqui pensando... eu seria um ótimo arquiteto!

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