19 de dezembro de 2011



Olá, amigos. Estou aqui para um exclusivíssimo post relâmpago surpresa! É tão surpresa que nem mesmo meus coleguinhas de blog sabem o assunto.

Uau, me senti importante! Mas do que se trata, Gabi, querida?

Bem, amados, eu lhes explicarei.
Sabe quando você lê um livro e não só lê, mas se impressiona, se comove, passa a amar, a contar pros seus amigos mais de uma vez a história e acha que o livro é seu e de mais ninguém? Quem me conhece só um pouquinho já sabe que estou falando de Precisamos Falar Sobre o Kevin, de Lionel Schriver. É, children, eu não me canso de falar desse livro (veja mais sobre ele/assuntos relacionados neste mesmo blog aqui e aqui), só que, hoje, não vim falar sobre o livro, mas sobre o filme. Isso mesmo, resolveram fazer um filme sobre o meu livro preferido e esperam que eu sobreviva como se tudo fosse o mesmo. Ah, tá bom.
A primeira coisa que pensei quando fiquei sabendo disso foi: lá vem merda. Diretores de cinema que me desculpem, mas adaptações de livros são grandes porcarias (vide Harry Potter e o Cálice de Fogo, a minha maior decepção na série). Podiam botar, sei lá, o Scorsese pra dirigir que havia uma grande probabilidade de eu achar uma grande bosta mal cagada. Aí dizem que a diretora seria uma tal de Linne Ramsay. Tudo o que eu conseguia pensar era “por favor, cuide bem do meu filhote!”.
Seguiram-se bons meses de uma espera sufocante. Pouquíssimas fotos era liberadas e até julho não havia uma porcaria de um trailer disponível. Ok, em maio, quando o filme foi lançado no Festival de Cannes (junto com Sleeping Beauty, que comecei a ver e achei bem chatinho), saíram três teasers




Todos incrivelmente fiéis ao livro, o que me deixou ainda mais revoltada: EU PRECISAVA DE MAIS!
As mudanças de data constantes faziam com que eu quisesse arrancar meus olhos das órbitas: disseram primeiro era maio, mas foi só em Cannes; depois 21 de outubro, mas era só a data do Festival de Londres (em que Kevin ganhou o prêmio de melhor filme); daí disseram que só em fevereiro e eu quis matar todo mundo... SERÁ POSSÍVEL QUE EU TERIA QUE ESPERAR ATÉ LÁ PRA PODER VER ESTA MERDA, JÁ QUE NÃO TINHA UMA ALMA QUE LIBERAVA UM LINK DE VERDADE PRA DOWNLOAD? E, então, a Intrínseca, que é a editora do livro e a única fonte realmente confiável dessa história toda, disse que o filme seria lançado no Brasil dia 27 de janeiro. Ok, não é taaaaaanto tempo assim, mas meu coração se enchia de buraquinhos ao pensar no tempo que ainda faltava pra isso.
Nesse meio tempo, cartazes mil foram liberados:



esse último é, sem dúvida, o melhor!

E uns dois ou três trailers também, o meu preferido é esse:


A cada novidade sobre o filme, eu ficava mais e mais animada e vocês sabem que isso é um grande problema... sabe como é, criar expectativa só faz com que o desastre seja ainda maior.
Ontem, porém, minha vida se encheu de luz e eu quase bati palma pro sol, porque liberaram um link pro download do filme. Eu mal podia acreditar nos meu olhos: era aquilo mesmo? Cuidei logo de mandar um amigo com internet mais rápida que a minha baixar, prometendo, no entanto, manter segredo sobre o link e não assistir antes de mim. Sou possessiva ASSIM.
Então, hoje, logo que cheguei em casa coloquei o filme e aqui estou eu, contanto em primeiríssima mão minhas impressões. (escrevi pra caralho só pra chegar nisso, não enrolo nada)

OS PERSONAGENS



Como todo mundo sabe (?) o papel da Eva, a personagem principal e narradora do livro, foi dado para a gloriosa (usarei uma série de adjetivos pedantes hoje, me deixem em paz!) Tilda Swinton,



que, a propósito, foi indicada ao Oscar 2012 por sua interpretação em Kevin. E, posso dizer a você, ela certamente merece. Ela consegue mostrar toda a dor da personagem sem falar nada, somente com o olhar, e, vou te dizer, tinha um certo preconceito contra ela, porque ela costuma fazer uns papéis meio bizarros (ex: o anjo Gabriel em Constantine), mas fiquei muito feliz com a escolha.



Franklin, marido de Eva, é interpretado pelo sem muito destaque John C. Reilly. Quando deram o nome dele, pensei que estavam brincando com a minha cara. Franklin deveria ser maravilhoso, um homem grande, bonito, que tivesse cara de marido perfeito. Aí botam esse cara gordinho e meio esquisito pra fazer um quase galã? Torci o nariz e torci com vontade. Até reler o livro. Reilly é praticamente a encarnação de Franklin de acordo com a descrição de Schriver. Calei minha boca depois dessa. O papel de Franklin é bem apagado e essa é minha primeira crítica ao filme: não mostra tanto o quanto o homem sufocava e protegia cegamente o filho. Embora fique claro, o livro tende a reforçar bem mais a preferência dele por Kevin à sua filha caçula, Celia.



Não podiam ter escolhido uma criança mais adorável do que a pequena Ashley Gerasimovich para dar vida a irmã mais nova de Kevin, Celia. A menina, que, no livro, é a personificação de tudo o que é mais doce e puro (chamem-me de brega, mas é um fato), toma vida diante dos nossos olhos e é uma das coisas que torna o filme mais dolorido.



Por último e não menos importante, Kevin.



O personagem que dá nome ao livro e ao filme aparece em quatro fases diferentes: quando é apenas um bebê, por volta dos quatro anos (Rock Duer), por volta dos oito (Jasper Newell) e entre os quinze e os dezoito (Ezra Miller). Rock Duer é tão bonitinho com grande olhos redondos que é difícil pensar que aquela coisinha vai virar um assassino.



Jasper Newell já traz a irritação que a personagem deve nos causar: mostra a insolência e os primeiros sinais de psicopatia de Kevin. Ele também é o foco principal de uma das minhas cenas favoritas, quando Kevin adoece por uma semana e, finalmente, se mostra uma criança como as outras.



Por fim, Ezra Miller.



Como começar a falar sobre ele? Não estou brincando, quando vi que seria ele o intérprete daquele que seria provavelmente a pessoa fictícia mais marcante pra mim pro resto da minha vida, não gostei, mas logo me acostumei com a ideia.


Depois de ver o filme, dou todos os meus membros a torcer e afirmo que foi a escolha mais acertada do elenco, até mais que a Tilda. Consegui ver tudo o que a autora quis mostrar no sorriso rasgado e debochado de Ezra. Torço de verdade para que alguém dê um prêmio para ele.



TÉCNICA

Botei esse título de técnica só para dizer que eu sei alguma coisa, porque, na verdade, só sei o básico do básico.
A fotografia é maravilhosa, com jogos de desfoque e tons de vermelho vivos incríveis! Há sempre um forte apelo a coisas que lembrem o sangue, como a cena inicial, em que Eva está em uma de suas muitas viagens (ela escreve guias turísticos),


na recorrente de ela tentando limpar sua casa que foi alvo de jatos de tinta vermelha (IDÊNTICA AO LIVRO!) e na que Kevin prepara um sanduíche com geleia.
Digam o que quiserem, mas o que me chamou mais atenção no filme é a sonoplastia, não só a trilha sonora, o som todo. O filme não é carregado de falas, elas só aparecem quando extremamente necessárias, mas os ruídos... há ruído em toda a cena, seja para mostrar o que for. É, de fato, o filme ruidoso mais silencioso que já vi e encaixa perfeitamente com as imagens. As poucas músicas que compõem a trilha são em quase sua totalidade folks.

CRÍTICA?

Prometo ser o mais imparcial possível. Mentira, vocês sabem como eu sou.
Eu amei. O filme superou minhas expectativas. Desce meio quadrado, é verdade, e você quer mais é puxar a Eva de toda a dor que ela sente e dizer que tudo vai ficar bem, mesmo que saiba que não vai.




Me incomodou o fato de faltarem muitas cenas importantes e de não ressaltarem tanto a relação contrastante de Kevin com cada um de seus pais e ainda de não darem importância alguma às vítimas da chacina.





Porém, todo erro é compensado por cenas e falas que parecem cuspidas diretamente do livro de tão iguais. Um exemplo claro é o discurso de Kevin pra um programa para o qual é entrevistado e que me deu arrepios e me assombrará o resto da vida.
Dou quatro estrelinhas e meia pro filme.



Me despeço, deixando o link pro download e a legenda e pedindo encarecidamente para vocês lerem o livro antes de ver o filme, porque realmente faz diferença!

3 comentários:

  1. GENTE SÉRIO, QUE PORRA É ESSA DESSE FRANKLIN VÉIO? O filme deu seu melhor, mas de qualquer maneira, ficou BEM resumido. Queria ter visto a cena do Kevin dando a caixinha de madeira pra Eva, e esperava que a Celia/Celie fosse mais "cara de fuinha", já que o tempo todo ela falava que ela não era das mais bonitas, e a atriz que interpreta ela é LIN-DA. A fotografia é muito bonita e o clima de silêncio que eu esperava foi bem colocado.

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  2. Pelo amor de Deus, deixe o Link pra baixar o livro!

    eu imploro!

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