Precisamos falar sobre chacinas
Salve, nerds! Antes de tudo, desejo, em nome da ~família~ WLN, uma excelente Páscoa para vocês, seus lindinhos. Mas comam com moderação, porque o Jornal Hoje disse que a gente só pode comer 30g de chocolate por dia. HAHAHAHAHAHAHAHAHAHA té parece
Então, como vocês podem ver, essa é a estreia uma coluna nova. Estávamos sentido falta de um espaço para poder falar sobre qualquer coisa, seja desabafar, seja... o que quer que venha randomicamente ou não em nossas cabeças. (ou na sua. Se você quiser participar nesta ou em qualquer outra, saiba que será muito bem vindo!)
É com muita honra que venho aqui fazer o primeiro post do Com a palavra, eu.
Bom, hoje eu vim aqui pra falar sério. [todos se desesperam] Na verdade, pensei muito bem se realmente escreveria sobre o que me propus na última reunião. (caso vocês não saibam, a gente se reúne todo mês para dividir as colunas, os dias e, de vez em quando, uns temas rolam soltos por lá.) Pois no fim do mês passado dei a ideia de criar essa coluna porque me interesso muito por psicologia e queria escrever sobre chacinas em escolas e não sabia onde encaixar esse assunto. Uma, no máximo duas semanas depois, acontece o incidente no Rio.
Quando me contaram sobre aquilo, lembro bem, foi saindo do RU, fiquei parada durante alguns minutos, incrédula com a mórbida coincidência. E, por ser tão mórbido, que fiquei meio receosa de escrever. Mas aqui estou eu.
Esse tipo de acontecimento é muito mais comum nos Estados Unidos, como todo mundo, mesmo se não soubesse antes, descobriu com todos os flashes, coberturas e reportagens que nos inundaram nos dias que se seguiram ao massacre no Rio. O mais notável foi o Columbine, em Denver, Colorado, ocorrido em 20 de abril de 99, em que Eric Harris e Dylan Klebold atiraram em vários colegas e professores, resultando em 13 mortos e 21 feridos. Se você não faz a menor ideia do que foi o ocorrido, provavelmente já ouviu falar do filme Elefante, de Gus Van Sant. Não? Um que tem um menino muito loiro de camisa amarela na capa.
Ainda não? Bom, procure assisti-lo. O filme é um dos muitos que o massacre Columbine inspirou e é interessante por mostrar a visão de vários personagens antes de os dois garotos entrarem atirando na escola.
O livro Precisamos Falar Sobre o Kevin, que eu já citei umas duas vezes no WLN e que vai receber sua adaptação para o cinema ainda esse ano (estreia prevista para 11 de maio no Festival de Cannes), também aborda o tema, mas sem usar uma chacina em especial como base. Nele, Eva, a mãe de Kevin, um menino de 16 anos que matou uma dúzia de pessoas, faz uma análise sobre sua vida, sobre a criação de seu filho e tudo o que passa na cabeça de uma mãe.
Eu, particularmente, sou fã de análises psicológicas e de filmes/livros/séries/whatever que tratem sobre pessoas incomuns, com distúrbios de personalidade e tudo o que isso engloba. Acredite, já li muito sobre o assunto e posso afirmar para você que o perfil é quase sempre o mesmo: baixa auto-estima, não são/foram muito populares na escola e tudo mais. Queria poder dizer pra você por que um dos muitos alunos tímidos e que sofrem bullying vira um assassino. Afinal, todo mundo aí que estuda sabe que sempre rola aquelas piadinhas com algum colega, mas nem todos saem por aí com uma metralhadora dando tiro na cabeça de quem passar no corredor. Graças a Deus.
Queria mais era destacar o despreparo do sistema educacional brasileiro para situações desse tipo, que, embora isoladas, acontecem e várias crianças ainda vão morrer por as pessoas acharem que isso só acontece lá fora. E não é só na segurança que digo. Mas também nos casos de professores que veem casos de maus-tratos entre alunos e chamam a atenção, mas como se não fosse nada. Sem falar de acompanhamento psicológico tanto dentro da escola tanto quanto dos pais. Quer dizer, você tá vendo seu filho com um comportamento estranho, quase extremista, e você passa a mão na cabeça dele? Sei lá. Não digo que isso ocorra sempre. Imagina! Aposto que muitas das famílias de onde esses pequenos monstros saíram eram super estruturadas.
É difícil ver esse tipo de situação e não tentar arrumar uma justificativa. Não quero acreditar que existam pessoas tão cruéis no mundo. Ok, eles sofreram, são vítimas também, mas daí matar gente? Matar CRIANÇA? Não sei.
No momento em que revida, você perde a razão. Não foi assim que ensinaram nos desde pequenininhos? Eles perderam o direito de serem chamados de vitimas há muito. São vítimas, no máximo, de si próprios, mas sinceramente? Eles que arquem com as consequências.
Nem sei mais por que comecei a escrever sobre isso. Sei que tinha um propósito. Mas fica aí registrada minha indignação.
Curti!
ResponderExcluirTa ai, à quem possa interessar, o link de download pro filme legendado:
http://www.megaupload.com/?d=HH1E523E
Adorei o post Gabi! Muito bem escrito, como sempre! É um assunto bem sério, e realmente, as escolas deviam dar mais atenção a ele...E sobre o livro "Precisamos Falar Sobre o Kevin",tô adorando! Haha.
ResponderExcluirquem mais vai querer ir ver "Precisamos falar sobre o Kevin" com a Zuda? EU JÁ TO DENTRO, QUERO NEM SABER
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