We Like Nerds

Dia 25/01/11: o resultado do vestibular saiu e meu nome não estava na lista dos aprovados. Chorei. Acordei minha mãe e pedi colo. Como faria agora? Era o meu sonho passar na UFV, morar sozinha, fazer Comunicação Social.... tudo indo embora por culpa de míseros três pontos.

Um mês se passou, eu entrei em uma faculdade, passei em outra e já ia fazer minha matrícula na Federal de Juiz de Fora quando recebi um presente: meu nome tava ali, na lista dos chamados. Um zilhão de pensamentos desnortearam minha cabeça e a única coisa que saiu foi um grito de “FUI CHAMADA!” que ecoou pelos corredores da faculdade freqüentada até então. Liguei pra minha mãe e, sinceramente, me senti nas nuvens. Era tudo que eu queria naquele momento, era tudo que eu precisava. Será?

Pois então, vamos pra realidade. Essa é uma história que tá acontecendo comigo, mas tenho certeza que acontece com milhares de pessoas. Afinal de contas, quantos jovens adultos saem de casa para estudar fora, não é mesmo? Pois então, vamos aos fatos (oque).

Cheguei a Viçosa na manhã nublada do dia dois de março. Minha mãe não conhecia a cidade e eu só havia ido lá uma vez. Foi paixão à primeira vista. Era uma profusão de malas, travesseiro e papéis de matrícula. Eu não ligava, estar ali era sinal de que, apesar de tudo, apesar das dúvidas, eu havia conseguido, eu faria o que queria.

Novamente pergunto, será? Foi essa a questão que assolou minha mente nas duas primeiras semanas que passei em Viçosa. Estaria eu fazendo uma loucura largando casa, amigos, família, mordomia, duas faculdades... largando tudo por um sonho? Como faria (farei) quando ficasse gripada? Quando tivesse que fazer comida, lavar roupa... ? Perguntas simples mas que fazem muitas pessoas desistirem de perseguirem seus sonhos. E eu não sabia se seria forte para persistir no meu.

Eu não desisti. Estou há 49 dias em Viçosa e já chorei mais do que o ano passado todo. Mas ri muito também, aprendi coisas que nem imaginaria aprender. Hoje vejo propaganda de supermercado e presto atenção nas promoções. Tenho aprendido a lidar com quatro pessoas que eram desconhecidas pra mim até então. E, o mais importante, tenho feito a faculdade que eu quero e no lugar que sempre desejei.

Dúvidas embaralham minha mente até hoje. Mas aí, às vezes, rola uma festa legal numa quinta-feira e a semana fica mais legal. Ou então, um almoço no r.u. com metade da sala e o frangossauro e a aula de Teoria da Comunicação fica mais interessante. E assim eu continuo aprendendo, crescendo, fazendo merda, me tornando uma jornalista (Deus queira que sim) e construindo meu sonho aos poucos. É tudo muito recente e eu tenho tantas coisas pela frente que não garanto meu futuro. A única coisa que sei é que, até agora estou no lugar certo. E ah, sei também que Viçosa faz jus ao apelido de “Viciosa”.