4 de fevereiro de 2013

Dia desses, estava eu (linda) no trabalho, aguardando alguém me dar uma pauta pra cobrir. Como não tinha nada para fazer, resolvi pegar umas indicações nesses blogs hypados de música e baixar. Mó tempo que eu não conhecia algo novo e bom de verdade.
Baixei uma penca de coisas e não ouvi quase nada até hoje, mas tinha um mocinho que o (acho) Miojo Indie tinha ressaltado como a maior revelação da Inglaterra do ano passado. Pensei com meus botões: "poxa, é inglês e tão dizendo que é folk, vou dar uma olhada." De início, sinceramente pra você, leitor amigo, imaginei que seria uma grande porcaria, porque o moleque é mais novo que eu, imaginei ser só mais uma febrezinha pop-melódica-com-violão, até que dei play no disco de estreia dele, lançado ano passado, e precisei vir aqui compartilhar com vocês.

Jake Bugg nasceu em fevereiro de 1994 em Nottingham, e começou a tocar guitarra aos 12 anos. Em 2011, aos 17 anos, apareceu no Glastonbury Festival, realizado pela BBC, e foi aí que sua carreira deslanchou. Ano passado, como eu disse, ele lançou seu primeiro disco, com quatorze faixas autorais.
Decidi vir aqui e escrever todo um post sobre ele principalmente por causa da primeira música do disco, Two Fingers, porque fiquei os exatos três minutos e dezesseis segundos com a boca aberta. Literalmente. Primeiro porque, até chegar o refrão, que é quase uma releitura de Miles Kane, a vozinha arranhada me lembrou tanto o início de Bob Dylan que eu quase quis chorar por ele, por pensar que deve ser muito foda você ter dezoito anos e consegui reproduzir tão bem suas influências. Ao longo do disco, você realmente começa a se perguntar se a segunda parte do Last Shadow Puppets, ex-The Rascals e atual artista solo não resolveu mudar de nome, usar uma outra pessoa pra estampar a capa do disco e fazer a divulgação e ainda por cima melhorar em oitocentos por cento sua performance.


Na segunda faixa, parece que Johnny Cash, Elvis e Miles Kane tiveram um filho e resolveram batizar de Taste It. (meu Deus, estou ouvindo tudo de novo pra poder transmitir a experiência real pra vocês e me apaixono cada vez mais por esse disco) Seen It All tem uma influência mod adorável e um ritmozinho que dá vontade de bater palma no ritmo e cantar junto e botar um trench coat preto bem pesado e ir pra Inglaterra. Simple As This e Someone Told Me vomitam Bob Dylan a todo segundo, se tivessem uma gaitinha, sinceramente, não sei o que seria de mim. E, quando você acha que tá bom, ele vem dar mais destaque a um ar mais country nauseante de bom. Se não me engano, seu primeiro single foi Country Song, que é bem o que diz seu título mesmo, e se junta a Trouble Town e Note to Self numa máquina do tempo que te levam direto pra Nashville da década de 70, e você consegue ver Neil Young, Dylan e Cash, todos juntos, ao seu lado. Broken, Slide e a já citada Two Fingers, são as mais Miles Kane.

O disco fecha com a curtinha Fire. How do I begin to explain Regina GeorgeFire? Ela vai grudar na sua cabeça. Ela grudou fortemente na minha. Ela tem um efeitinho de vitrola no fundo. Parece que você tá sentadinho na sala da casa do Jake Bugg e ele tá tocando violão pra você, só pra "mostrar uma música em que ele tá trabalhando."
Depois dessa babação de ovo que deve ter durado 190 anos, me despeço com o apelo de: OUÇA, VOCÊ NÃO VAI SE ARREPENDER!
Não é Get In My Pants, mas acho que não custa nada.

Beijos molhados de batom brilhante, até a próxima.

2 comentários:

  1. Quando eu o ouvi pela primeira vez, foi também por influência de todas essas resenhas que elogiam o menino e o colocam até como "prodígio". A voz dele é mesmo incrível. Mas assim : gato + pintinhas ♥.

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  2. Confio em vocês desde que me apresentaram Kings of Convenience, e mais uma vez acertaram em cheio!
    Como andava sumida, vou dar uma olhada no blog pra achar mais coisas interessantes.
    Ah,anotei a dica do Miojo Indie, não conhecia.
    Parabéns <3

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