2 de setembro de 2012


Ó QUEM TÁ NA ÁREA


Euzinha!

Hoje é domingo pé de cachimbo, dia de deitar na cama e ver Faustão. Mas pode falar pra mim que deitar na cama e ver programas inúteis é o que você mais gosta de fazer mesmo em dias de semana. Eu sei. Você não o faz porque sempre tem alguma coisa gritando pra você fazer algo. Seja a sua mãe, seja sua consciência. Geralmente é a sua mãe. Sua consciência grita geralmente quando você vê, por exemplo, um cara de dezessete anos que tá próximo de descobrir a cura pra AIDS ou algo assim, estou certa? Pois se prepare que minha coluna de hoje vai fazer sua consciência gritar de novo.

Não sei vocês, coleguinhas leitores, mas eu completei ontem 19 anos e quatro meses e o mais próximo que eu já cheguei de fazer algo pela humanidade foi quando a minha antiga escola nos levou pra plantar uma árvore. Mas a verdade é que eu nem sei se ela ainda vive, então imagino que não conte muito. Que dirá então fazer algo que me torne uma pessoa excepcional aos olhos do resto da sociedade. Daí que existe um cara que resolveu que ia humilhar muita gente com sua existência. Eu inclusive. Ele atende pela alcunha de Jamie Cullum e tem a seguinte carinha:


SOCORRO ESSES SAPATOS

Mas por que as pessoas se humilham com a existência dele, Gabi?

Vou te dizer. Em 1999, Cullum tinha apenas 20 aninhos e lançou seu primeiro disco, Heard it All Before, de forma completamente independente, com apenas 500 cópias. Foi tão raro, mas tão raro que você conseguia achá-lo sendo vendido no eBay por £600. SEISCENTAS LIBRAS. Você tem noção de quanto isso vale? Mil. Novecentos. E. Trinta. E. Um. Reais. E. Setenta. E. Três. Centavos. Duvido que você ganhe isso em um mês. Entendeu meu ponto? Aos vinte e seis anos, ele já tinha ganhado prêmios como o Brit Awards e o BBC Jazz Awards, além de já ter se apresentado três vezes pra rainha da Inglaterra.


desculpa, sociedade

Jamie nasceu em Essex, Inglaterra, em 20 de agosto de 1979, e teve o seu primeiro contato com o jazz durante a adolescência e ficou fascinado por Miles Davis. Durante a faculdade, ele trabalhava como cantor-pianista em tudo quanto é lugar que o aceitassem e foi com o dinheiro que ele ganhava nesses bicos que ele gravou seu primeiro CD, que ele vendia onde se apresentava. (e que mais tarde valeria aqueles R$1931,73)
Daí, mais tarde, em 2002, a Candid (é um selo especializado em jazz) o apadrinhou e lançou seu segundo disco, Pointless Nostalgic. Em abril de 2003, Jamie assinou um contrato de UM MILHÃO DE LIBRAS. Ele não tinha completado vinte e três anos ainda. Isso foi quando ele lançou seu terceiro disco, Twentysomething, meu preferido, que o tornou o cantor de jazz mais vendido do Reino Unido e o disco, o de jazz vendido mais rapidamente da Grã-Bretanha.


Isso são apenas números. O que mais destaca Jamie são seus covers, que vão de Cole Porter, passando por Jeff Buckley e Radiohead, e chegando em Rihanna. É isso mesmo, caras. Aos trinta e três aninhos, o “Sinatra de tênis” já fez sete shows no Brasil (um ano passado, num festival em São Paulo que teve também Laura Marling!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! e que, por algum motivo alheio à minha compreensão, eu não fiquei sabendo.), cinco álbuns de estúdio, um ao vivo e três DVDs (podem me dar qualquer um de presente, gradecida), mistura, no seu jazz, pop, hip hop e funk e eu ainda não sei te explicar por que motivos eu não tenho nenhum amigo pra cantar Mind Trick comigo ou chorar, ouvindo Lover, You Should’ve Come Over. Espero de verdade que meu post tenha feito alguma boa alma querer conhecê-lo.

Aí procês darem um bizu:


(alguém canta now I need you more than ever, I need you more than ever, now pra mim? Brigada)


Um cheiro no pescoço de vocês, boa tarde.

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