
A Foggy Day in London Town
Como que eu vou começar esse post? Quem me conhece sabe que essa vai ser uma das tarefas mais árduas que o WLN já me deu: tentar condensar em um post quatro dos dias mais incríveis da minha vida, contar em alguns parágrafos e algumas fotos como foi realizar um sonho tão antigo que eu nem sei de onde veio direito. O fato é que no dia 27 de agosto de 2012 eu embarquei em um ônibus aéreo da Ryanair (quem chama aquilo de avião está muito equivocado) e pousei na cidade que sempre foi cenário dos meus sonhos, que povoou minha imaginação desde os 12 anos de idade, que foi o motivo de eu guardar cada centavo dos meus dinheiros de Natal e aniversário desde então: LONDRES!
O mais engraçado dessa história toda é que tudo foi inesperado. Recebi um telefonema, descobri que ia viajar, pisquei os olhos e estava em Portugal, pisquei os olhos de novo e tava comprando passagem na internet, sem ter onde ficar, sem ter companhia pra viajar, sem saber se o inglês ia funcionar de verdade...
E depois de uma semana, lá estava eu, desembarcando sozinha, com uma mochila pesada demais e muita, mas muita expectativa para o que viria naqueles quatro dias.
Tudo começou com uma viagem de trem, já que o aeroporto que recebe os voos da Ryanair fica a 56 KM DE LONDRES. 45 minutos depois, cheguei na estação de Liverpool Street e decidi que não ia passar no albergue nem nada, ia começar a seguir o meu cronograma de psicopata direto. Eu achei uma boa escolha, minha coluna não.
Primeiro dia
O primeiro dia foi separado para a região Oeste. Minha primeira parada foi no incrível e universal McDonalds (o refúgio dos turistas/estrangeiros) e, depois de alimentada, dei início a uma caminhada insana que incluiu o Victoria and Albert Museum, o Science Museum, o Royal Albert Hall, Hyde Park e a Serpentine Gallery e algumas outras exposições e coisas interessantes que eu ia vendo pelo caminho. Aí você me pergunta: por que raios a menina não foi logo para o Big Ben e a tal da roda gigante? O negócio é que, enquanto preparava meu cronograma de psicopata, descobri que a BBC estava organizando concertos a preços populares no Royal Albert Hall e que, por obra da mão divina, o tema de segunda era musicais da Broadway.
Então, depois de visitar os museus resolvi dar um pulo na bilheteria e peguei uma senha para comprar o ingresso mais tarde. Sem querer, acabei participando de um dos rituais que os britânicos mais adoram: fazer filas! Parece surreal, mas os amigos que eu fiz enquanto esperava (dois velhinhos que transbordavam amor pelos poros e que me ajudaram muito) me disseram que enfrentar filas é um hobby inglês e que, no final das contas, é mesmo divertido, já que as pessoas levam banquinhos, lanche, conversam, leem, etc. Depois de umas duas horas de bastante conversa, os portões abriram e eu assisti, em pé, a uma dos concertos mais fantásticos da minha vida (tudo isso a 5 libras!).
Victoria and Albert Museum
Royal Albert Hall
Hyde Park
Final do concerto, hora de ir pra "casa". Peguei a beleza do metrô e em 10 minutos estava em Pimlico, a estação mais próxima do albergue. O único problema é que essa era a única informação que eu tinha sobre o albergue! Fiquei mais ou menos 40 minutos andando em círculos, perguntando nos postos de gasolina, nos bares... até que achei, faltando uns 5 minutos para a recepção fechar. O meu sono dessa primeira noite foi tão intenso que eu posso dizer que foi uma pequena demonstração de como será o tal do sono da morte.
Segundo dia
O segundo dia era dia dos passeios clássicos! A primeira parada foi o Big Ben, depois Buckingham Palace para ver a troca da guarda (que, infelizmente, não aconteceu no dia), Trafalgar Square e National Gallery, Museu do filme (ok, essa não é tão clássica assim), Millenium Brigde, St Paul`s Cathedral e London Eye, fechando o dia com louvor. E quando eu digo com louvor, eu quero dizer com um pôr do sol maravilhoso lá pelas 20h que me rendeu uma vista incrível durante a volta na roda gigante e ainda me deu alguns minutinhos para sentar no gramado e ver o Thames mudando de cor, as luzes se acendendo aos poucos, as pessoas caminhando.
E, meu Deus, as pessoas! Nada me remetia àquele esteriótipo da monotonia, de pessoas fechadas e certinhas. Vi milhares de tipos de pessoas, milhares de "tribos" diferentes que se unem através de hábitos comuns (como a leitura, por exemplo. É impossível não notar) e que se mantém individualizadas, que mantêm o seu espaço. Pessoas que sabem aproveitar a sua cidade, que se põe a formar filas em plena segunda feira para ouvir boa música, que acabam de ler o jornal e deixam ele enroladinho do lado do banco do metrô para a próxima poder pegar e ler. Pessoas que ligam para a sua casa no Brasil, preocupadas com o seu atraso para fazer o check in e ainda preparam a sua cama e sua toalha, para o caso de você chegar tarde e precisando de um banho. Gente que se oferece para te ajudar quando te vê com um mapa de um metro quadrado na mão, sem ter a mínima ideia da direção certa. (Vou parar de falar disso porque dá até vontade de sair correndo e voltar).
Parlamento e Big Ben
Buckingham Palace
Millenium Brigde, Trafalgar Square e Museu do Filme
London Eye
Terceiro dia
Aceitando as sugestões do meu amigo Daniel, fui visitar o Camden Lock Market, um mercado de tranqueiras bem tradicional que fica em uma região menos conhecida da cidade. Logo depois, fui almoçar o famoso fish and chips em Bricklane, a região dos alternativos de Londres. Infelizmente, caiu uma chuva daquelas (pra variar) e as ruas ficaram vazias, ou seja, não pude conferir a "região com mais gente bonita por metro quadrado de Londres", quotando o próprio Daniel. De tarde, voltei aos passeios clássicos: Tower of London (castelos medievais e exposição das jóias da coroa) e London Brigde. Tudo isso intercalado com várias doses de chá, por causa do friozinho.
Camden Lock Market
London Tower e Tower Brigde
Quarto dia
Último dia de viagem, eu tinha que fazer escolhas. Acordei cedo e reorganizei o meu cronograma: Madame Tussauds, Sherlock Holmes Museum, British Museum e, e... tive que escolher entre o parque olímpico e a Abbey Road. Acabei optando pelo parque olímpico por que pensei na faculdade e na oportunidade única de conhecer obras de arquitetos super famosos e ainda tentar ver alguma competição da paraolimpíada. E foi uma escolha ruim. Não era possível entrar no Parque Olímpico sem ter o ingresso e já não havia venda de ingressos. Viagem perdida e Abbey Road deixada para a próxima. À noite, uma das melhores escolhas da viagem inteira: Billy Elliot!
Madame Tussauds
British Museum
Billy Elliot e Parque Olímpico
Acho que eu não preciso dizer o quanto foi penoso deixar essa cidade no meio da madrugada, pegar um ônibus vermelho de dois andares pela última vez, ficar boiando no aeroporto umas 4 horas em vez de aproveitar tudo lá fora. Foi curtinho, mas vai ficar marcado para sempre.
Mas posso dizer que saí de lá com uma certeza: foi a primeira vez de muitas!
Isinha, correspondente orgulhosa do WLN em Londres!
Câmbio, desligo.
"Pessoas que sabem aproveitar a sua cidade, que se põe a formar filas em plena segunda feira para ouvir boa música, que acabam de ler o jornal e deixam ele enroladinho do lado do banco do metrô para a próxima poder pegar e ler. Pessoas que ligam para a sua casa no Brasil, preocupadas com o seu atraso para fazer o check in e ainda preparam a sua cama e sua toalha, para o caso de você chegar tarde e precisando de um banho. Gente que se oferece para te ajudar quando te vê com um mapa de um metro quadrado na mão, sem ter a mínima ideia da direção certa."
ResponderExcluirAi.
Apenas: ai.
<3
Adorei o post comprido dessa viagem tão curtiiiinha, mas super intensa. E já sei com quem devo falar quando tiver minha chance de abrir meu guarda-chuva preto na garoa londrina...
ResponderExcluirVocê viu o Billy Elliot?????
ResponderExcluirVocê viu o Billy Elliot?????
Você viu o Billy Elliot?????
Você viu o Billy Elliot?????
"Mas posso dizer que saí de lá com uma certeza: foi a primeira vez de muitas!"
ResponderExcluirEspero ir também. E quem sabe com você, rs.
LONDON, BABY!