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Olá, caros leitores amigos! Eis-me aqui com uma dor de cabeça filha da mãe, mas o motivo do meu post hoje é tão maravilhoso que eu nem me importo e me prostro aqui, perante você, para te dar razões para ler Jogos Vorazes, da autora americana Suzanne Collins!

Sim, sim. Cansei de explicar para as pessoas a história da saga e elas me olharem com cara de "E é... isso?". E eu nem as culpo. Dificilmente dá para resumir a história e conseguir impressionar o ouvinte/leitor de primeira, e é por isso que eu vou tentar fazê-lo de forma mais ampla através DESSA DELÍCIA DE COLUNA!

Eis aqui o contexto: Jogos Vorazes se passa em um mundo "pós apocalíptico",  ou seja, que foi assolado por fenômenos naturais e e está pagando as consequências pela ações desenfreadas do ser humano. Dentro disso, somos inseridos no cenário da América do Norte (claro, por que não?), que agora se chama "Panem" e foi dividida entre treze distritos e uma Capital que exerce um regime totalitário sobre todos eles. Cansados da exploração dos habitantes pomposos da Capital, os moradores do Distrito 13 resolvem se rebelar e, surpresa! São massacrados pelas armas e tecnologias da rival, que os liquida e, para servir de exemplo e nunca deixar os outros esquecerem, institui um castigo: todo ano, em todos os doze distritos restantes, são sorteados um garoto e uma garota entre 12 e 18 anos - os chamados "tributos" - que serão "enviados" para um reality show macabro, que é televisionado para toda Panem, controlado por membros da Capital e que só termina quando houver apenas um sobrevivente. Esse são os tais Jogos Vorazes.

Eu sei. Muita informação de uma vez só, né? Respira, se acalma, chama a Berenice pra segurar o volante e acompanha os dez motivos comigo - eu prometo desembaralhar sua cabeça!

10 MOTIVOS PARA LER A TRILOGIA DE JOGOS VORAZES

10) "The Hunger Games - The world will be watching"

Happy Hunger Games! May the odds be ever in your favor! 

O filme - para muitos, inclusive eu, o mais esperado do ano - vai estreiar amanhã no cinema mundial e promete ser o carro chefe de uma quadrilogia cinematográfica arrebatadora. Sim, haverá mais um filme para dar conta de todo o enredo dos três livros - e, obviamente, porque o lucro da franquia deve ser dos grandes; são só elogios até agora -, e quem já assistiu o primeiro garante que é fiel na medida ao romance. Não tem jeito: adoro quando acontece de uma boa obra ser adaptada decentemente para as telonas. É uma "extensão" do livro, um tributo aos leitores, e mais um lugar onde eu posso encontrar a história e os personagens que eu aprendi a amar enquanto lia. Esse lançamento, inclusive, já bateu seu primeiro recorde: ele vendeu, até agora, 2.000 ingressos nos EUA para suas primeiras sessões, o maior número de vendas antecipadas de todos os tempos para um filme original - ou seja, que não se trata de uma sequência.

9) Lida bem com a questão da violência

A violência nos livros não é tratada de forma apelativa; ela é descrita de uma forma tão adequada que, mesmo estando muito presente nos capítulos, ainda é capaz de te chocar e, ao mesmo tempo, demonstrar que é parte de um instinto íntimo e primitivo do ser humano.

8) Homens também fazem parte do público alvo

Sim, senhores!!!! Tem e sobra atrativos nos livros para vocês! Além de, é claro, lutas gladiadores-style e guerras revolucionárias, a parte romântica do livro não vai te fazer vomitar. Prometo.

7) Final feliz?

Obviamente que eu jamais contarei para vocês o que acontece no fim dos livros - mas Jogos Vorazes são daquele tipo que te deixa angustiado e vidrado até a penúltima página, ansioso pra ler as palavras que encerram a história. Os fãs de um bom happy ending terão as preces atendidas? Quem não acha que tudo tem que terminar bem é surpreendido? Bom, nunca direi como, mas dá pra dizer que os dois lados vão ficar satisfeitos....

6) Você não consegue parar de ler (e, sim, se emociona bastante)

Jogos Vorazes é ótimo porque não é demorado de ler mas, ainda assim, parece que demora anos até você conseguir passar por toda a história. O enredo é tão envolvente que não tem jeito: os leitores estão fadados a ficarem grudados nas páginas o máximo possível.

Uma pequena demonstração do estado de um fã normal (sim, você leu NORMAL) de Hunger Games, feito pela Lena. Fui legal o suficiente pra censurar spoilers

5) Te faz refletir e, por incrível que pareça, apreciar ainda mais sua vida

Livro bom é aquele te faz pensar, como já dizia TODO MUNDO QUE MERECE RESPEITO NESSA VIDA. Na trilogia de Collins, tu até deseja não saber pensar - as reflexões são tão duras e realistas que, às vezes, parecem sair das páginas e te dar um soco na cara.

E sobre apreciar mais a vida... Vai dizer que tu não ficaria satisfeito em ficar de boa, no conforto, lendo um livro ótimo e com direito a comida, sombra e água fresca, enquanto em alguma realidade paralela tem adultos e crianças morrendo de fome e nas mãos de outros seres humanos desesperados em um reality show mortífero?

4) A trama chama atenção - e sem ter vampiros que brilham, superpoderes ou magia. Trata-se "simplesmente" de seres humanos e o que eles são capazes de fazer

Don't get me wrong, rapaziada: quem bem me conhece sabe que entre as minhas coisas favoritas nesse planeta estão, entre outros, minha eterna série favorita Harry Potter, os X-Men e Scott Pilgrim (esperou eu dizer Crepúsculo, né? Desculpa, gente, não vai dar pra me Felipe-Netizar com isso), mas, uma vez ou outra, é bom ler uma história que cativa e está próxima da nossa realidade. OK: o cenário de Jogos Vorazes é futurista, mas, em teoria, se passa em um tempo não tão distante do nosso - é como se fosse uma previsão alternativa do futuro da humanidade.

3) Ah, a sociedade espetáculo...

O nome "Panem" veio do antigo lema romano panem et circenses. Sim, senhores. O bom e velho "pão e circo". Essa denominação é adequada ao mesmo tempo em que é irônica - imagina? Denominar uma nação onde 99% da população passa fome com a palavra latina que quer dizer "pão"? Jogos Vorazes, no entanto, não poderia ter lugar melhor para se passar. A fascinação dos tempos atuais com a realidade manufaturada e a violência é destrinchada a fundo nos livros. Luís Antônio Giron, editor da seção Mente Aberta da revista ÉPOCA, definiu melhor: "É como se a crueldade de Roma Antiga se acoplasse ao voyeurismo dos atuais reality-shows". É, ao mesmo tempo, viciante e aterrorizador.

2) O sub-enredo romântico é de perder o fôlego e - ufa - abordado decentemente

fanart de um fã polonês (daekazu no deviantART)

“You know, you could live a thousand lifetimes and not deserve him.” 

O romance não é o foco principal da história, mas ah, quando aparece... O que o deixa ainda mais interessante (e, a gente, ainda mais ansioso para ver no que vai dar) é o fato de ninguém se render fácil. O amor é sempre presente - não só o romântico, como também o familiar e o que existe entre amigos - e abordado realisticamente: sem príncipe encantado e sem mocinha perfeita. Um prato cheio pra nós, leitores, que vamos nos apaixonando gradualmente junto com os personagens. Um romance épico não nasce da noite pro dia, né?

1) Finalmente: uma GRANDE protagonista!

frase de Luís Antônio Giron, fanart de Brigid

Katniss Everdeen não é chamada de the girl on fire por acaso. Convenhamos, não é sempre que se tem uma protagonista feminina dona de um caráter forte, que não se permite o luxo de se demonstrar vulnerável das formas mais humanas possíveis para salvar seus entes queridos e, melhor ainda: NÃO FAZ NADA DISSO POR CAUSA DE UM RAPAZ COM O QUAL ELA QUER DAR UMAS BEIJOCAS! Senhoras e senhores, tava demorando a apresentação de uma heroína decente e palpável à nossa imaginação. Como classificou a atriz Jennifer Lawrence, de só 21 anos, que já concorreu ao Oscar e é dona do papel de Katniss nas telonas: ela é uma Joana D'Arc futurística.

E aí? Espero ter animado vocês a lerem a trilogia! Ah, vai, se você lá leu esse post todo, o pior já passou. Você já tá pronto, jovem! Happy Hunger Games!