Só para constar, eu tive a ideia para esse texto às 23h36min de ontem, enquanto eu abria a torneira do chuveiro de um dos banheiros da casa da minha avó. Não tive tempo para pesquisar, graças à banda beeeeeeeeem curta e telefônica que tenho aqui. Ah, e isso não está muito de acordo com a proposta inicial da coluna, também.
Porém, decidi escrever sobre a maior forma com a qual me envolvi quanto às profissões: a indecisão.
Vou me basear em meu próprio exemplo: embora eu tenha passado os últimos anos decidido quanto a seguir carreira no jornalismo, quando finalmente chegou a hora de escolher o curso para o qual eu concorreria em um vestibular de universidade federal, eu optei por Direito. É claro, isso parece um pouco estranho, dados o fato de, além da minha opção anterior de curso, eu escrever artigos de cunho quase jornalístico para um site na internet. Ou eu ter visitado outra faculdade, e me apaixonado pelo curso de Jornalismo de lá.
Mas, ainda assim, eu tenho uma queda pelo Direito: imaginem que eu tenha usado uma cópia do Código do Consumidor para tentar trocar um MP4 nas Lojas Americanas. E a quantidade de concursos federais nessa área? Permita-me dizer que, se você passar num desses, meu filho, você tá feito na vida. E, claro, ainda tem aqueles programas que mostram o dia-a-dia dos advogados, tipo Law & Order ou Drop Dead Diva, para me incentivar a seguir essa carreira (embora eu faça ideia de que as coisas não são bem do jeito que eles colocam).
Dadas as minhas opções, escolhi Direito para o vestibular. Fiz o ENEM. Fiz a fase aberta da UF. Legal. Em janeiro, a notícia fatídica: faltaram 20 pontos no ENEM para atingir a nota de corte que a banca da universidade que eu escolhi impôs para se dignar a corrigir minha prova aberta, na qual eu, surpreendente para mim mesmo, fui bem. E a minha nota era suficiente para passar não só em Jornalismo, mas como em todos os cursos oferecidos pela UF (exceto por Medicina e Bacharelado em Canto – analisando o primeiro, não quero matar pessoas ao invés de salvá-las; quanto ao segundo, digamos que eu não sou apropriado para participar de um programa como o American Idol). Ria ou chore, pelo menos isso eu já superei.
Mas aí eu comecei a questionar: será que isso é o grande sinal de que eu estou fazendo a escolha mais errada da minha vida? Será que eu devia deixar a superstição tomar conta de uma coisa que não tem nada a ver com superstição?
O que eu sei é que, agora, como eu passei pelo SISU, eu vou fazer um cursinho meia-boca chamado Bacharelado Interdisciplinar em Ciências Humanas, a partir do qual eu posso escolher me formar em Turismo, Filosofia, Ciências da Religião e outra coisa da qual eu não consigo me lembrar; o ponto é: para não ficar sem estudar, eu optei pelo último curso que eu quero na minha vida, ou seja, outra escolha possivelmente DEMASIADO errada.
E se eu deixasse essa mania de escrever e outras áreas de ciências humanas para lá, e me dedicasse à Matemática, uma matéria na qual eu, estranhamente, tenho facilidade? Fazer algum Engenharia daquelas bem louconas e me perder no meio da Física (o que eu não quero MESMO)? Aonde essa indecisão vai me levar?
Finalmente, depois de muito blábláblá, cheguei ao ponto que eu queria: em vez de seguir aquele velho conselho de “não fazer algo que não gosta”, por que alguém não pode seguir o novo conselho de “fazer o que for melhor”? E o melhor não quer dizer o qual você vai fazer mais dinheiro; na verdade, trata-se do que você talvez não goste tanto, mas que combine um pouco com você, e você possa unir o útil ao agradável – e, por agradável, leia-se BUFUNFA. E, antes de tudo, fazer o que VOCÊ quer, o que VOCÊ gosta, isso se trata de você. Esqueça seus familiares e entes queridos insistindo para você seguir o caminho contrário ao que você quer.
Estou chegando ao fim, implorando para que vocês levem em conta o que eu escrevi em pouquíssimo tempo, comparado ao que eu levo escrevendo outras coisas, e se sintam um pouco melhor com o que querem fazer da sua vida. Tudo isso vem de alguém que está na mesma situação de vocês, e, acreditem, eu estou procurando bastante pela solução desse problema, embora muita gente ache que não. Sabem como é a continuação do nome da coluna, né? Be careful what you wish for, ‘cause you just might get it.
Ei, já contem para vocês sobre a época em que eu quis ser produtor musical? Eu ainda vou fazer um #1 da Billboard, esperem para ver.
Opa. Aqui vos fala alguém completamente apaixonada com Jornalismo, que sabia o que queria ser desde os 9 anos de idade, e que, no ultimo ano, resolveu chutar o pau da barraca e seguir carreira como engenheira civil. DEAL WITH THAT!
ResponderExcluirEnfim, pois é, boa sorte ai pra gente, principalmente pra você, porque eu ainda tenho um ano inteiro de indecisões, e cursos, e ENEM, e noites viradas pela frente, antes de realmente alguém cobrar alguma resposta de mim.
Daninho
ResponderExcluirhttp://www.kanitz.com.br/veja/fazer.asp
Adoro esse artigo... acho que tem tudo a ver com a sua coluna.
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trata-se do que você talvez não goste tanto, mas que combine um pouco com você, e você possa unir o útil ao agradável – e, por agradável, leia-se BUFUNFA.
ResponderExcluirMorri! HAHHAHAHAHA
Sad but true, though. Minha mãe, por exemplo, bate o pé até hoje que eu faça duas faculdades ao mesmo tempo: Jornalismo (que é a que eu quero com todas as fibras do meu abundante ser) e Direito. Parece loucura - e pra mim é, principalmente se eu estiver planejando me FORMAR algum dia -, mas ela tem boas intenções... Como eu vivo dizendo pra ela que eu quero ser escritora, ela queria que eu fizesse Direito para ter uma boa base e passar em um concurso público. Daí, teria emprego garantido e tempo pra escrever...
Mas vai ver. Passar em Direito - e em CONCURSOS - não é tão fácil assim, então... Vou continuar com meu Jornalismo querido por enquanto. :~ May the force be with me.
(EU DESABAFANDO NAS COLUNAS ALHEIAS NÉ AEHUEHAUHAEHAUE Mas é que eu amei seu texto, Dani! Well done, mate :D)