16 de outubro de 2010

                Hey guys. Eu imagino que a maioria de vocês pelo menos goste dos Beatles. E que boa parte dessa maioria AMA os Beatles. Bem, devo dizer que, além de tudo o que eles fizeram pela música, “The Boys from Liverpool” ainda contribuíram para o lançamento de um marco em outro meio de comunicação: o cinema.
                “Across the Universe” foi produzido pelo Revolution Studios em 2006, mas foi lançado apenas em 2007, por causa do extenso processo de edição e de várias disputas internas (entre elas, a briga da diretora Julie Taymor para que a versão editada por ela, considerada muito longa, fosse a versão oficial do filme). Apesar do longo tempo obtido antes do lançamento, o número de cinemas a exibir o filme foi limitado. Essa, entre outras causas, fez com que o filme acabasse se tornando um desastre financeiro, já que a bilheteria foi de apenas 29 milhões de dólares, contra 45 gastos na produção. Além disso, na época, o filme recebeu críticas divididas, embora tenha sido, por exemplo, indicado como nono melhor filme de 2007 pelo New York Times, e ao Golden Globe como Melhor Musical ou Comédia.
                O filme se passa nos Estados Unidos dos anos 60, quando, em plena Guerra do Vietnã, as pessoas começavam a perder familiares e entes queridos, e, finalmente, estourava o movimento antiguerra dos estudantes. À frente, temos a história de amor de Lucy (se você é esperto, sabe que o nome é inspirado na música “Lucy in The Sky with Diamonds”), uma garota rica que, vendo o namorado e o irmão Max (“Maxwell’s Silver Hammer”) lutando na Guerra, entra para o movimento antiguerra, e Jude (“Hey Jude”), um inglês que vai parar ilegalmente nos Estados Unidos para procurar seu pai. Outras “storylines” envolvem a cantora Sadie (“Sexy Sadie”), o músico Jojo (nome do protagonista de “Get Back”), e a ex-líder de torcida bissexual Prudence (“Dear Prudence”, incluída na trilha sonora do filme).

                Além de os personagens cantarem as músicas dos Beatles, elas também aparecem em referências casuais, como a Prudence surgir da janela do banheiro (“She Came in Through the Bathroom Window”), a presença do Dr. Robert (“Dr. Robert”, dâ), sem falar nos acontecimentos reais, como a explosão de um prédio ocupado pelos estudantes em Greenwich Village, Nova Iorque, o concerto dos Beatles no telhado de um prédio, em 1969, e a presença do ônibus “Further” (ou “Furthur”, no filme).
                Outro ponto forte no filme é a direção. Na verdade, eu gostaria de dizer que Across the Universe é, provavelmente, um dos filmes mais bem-dirigidos que eu já assisti (embora eu não tenha assistido tantos filmes de direção considerável assim). Pode-se reparar no tempo de duração de cada ângulo, no jogo de câmera, na edição bem-feita (tanto que levou um ano mais que o planejado), etc. etc (a filmografia da diretora Julie Taymor inclui Frida, com Salma Hayek, e A Tempestade, adaptação da obra de Shakespeare). E, para completar, o uso certeiro de imagens psicodélicas: 
                Falemos dos atores: Evan Rachel Wood é Lucy, a mocinha idealista e protagonista do filme. Muitos devem se lembrar de Evan por Aos Treze, onde ela interpretava uma pequena “Maria-vai-com-as-outras” que acaba afundando no mundo das drogas. E, devo dizer que o talento para o showbiz dessa garota é imenso: além de ser uma excelente atriz, tem uma das melhores vozes da atualidade e canta MUITÍSSIMO bem (sem falar na inteligência dela; afinal, pouca gente obtém um diploma de ensino médio aos 15 anos). Outro excelente e convincente ator é o inglês Jim Sturgess: observe cada fase de seu personagem Jude, que varia de sonhador a apaixonado, a revoltado, a triste, a qualquer outro sentimento que venha a aparecer. Também podemos remarcar a atuação divertida de Joe Anderson, as vozes INCRÍVEIS de Dana Fuchs e Martin Luther McCoy, e a graciosidade de T. V. Carpio.
                E agora, chegamos à trilha sonora: quem tem palavras contra os Beatles? Quem não se apaixona pelas letras? Quem não sai cantarolando “I Want to Hold Your Hand”, ou “Hey Jude”, ou “She Loves You” por aí? E nós devemos palmas a Elliot Goldenthal, o encarregado de trabalhar com a música do filme: quem conseguiria fazer seu score valer ao lado das canções dos garotos de Liverpool? Quem conseguiria melhorar os arranjos dele?
                Enfim: Across the Universe mistura atores talentosos, produção talentosa, diretora talentosa, músicos talentosos, e, ainda, uma crítica aos Estados Unidos, feita NOS Estados Unidos! Não é de se derreter? Sem falar da história bem-elaborada (apesar de ter um pouco de clichê), dos personagens sólidos, etc. É um filme que te prende até o final, e, apesar de ser longo, faz as pessoas pensarem “o quê? Já acabou?” É uma pena que não tenha sido um sucesso comercial ou de críticas no seu país de origem, mas, com certeza, é um fenômeno pop-cult. Afinal, de todas as pessoas que eu conheço e que viram o filme, nenhuma conseguiu achar defeito. Eu posso garantir que é impossível de se arrepender de ver.

PARA BAIXAR:

Trilha sonora:

Por Daniel.

6 comentários:

  1. "Let It Be" filme ficou excelente no filme (não que a música seja feia no original).

    Recomendo assistir o longa. #BeatlesRules

    Abraços.

    ResponderExcluir
  2. Achei o filme super ridículo.
    Estragaram as músicas dos Beatles.

    ResponderExcluir
  3. eu assisti esse filme, gostei, mas achei ele muito parecido com Hair (1979)

    ResponderExcluir
  4. "cês tão de zoa com a minha cara". Eu nem li o post, estou vindo direto comentar. Minha historinha com o filme se resume a certas coincidências:

    1- Quando o filme lançou eu queria muito vê-lo, mas não vi.
    2- Há um mês e meio me surgiu uma vontade do nada de assistir a esse filme. À ponto de eu deixar anotado que eu queria vê-lo.
    3- Há um mês um conhecido meu escreveu um post em seu blog falando sobre o filme.
    4- Agora o WLN também fala sobre o filme.

    Ou ele está virando moda ou algo está conspirando para que eu veja ao filme! Definitivamente tenho que assistí-lo!

    ResponderExcluir
  5. Acho que algo está conspirando para que você veja o filme Ana Carla! / Isa

    ResponderExcluir