Doença*
“Acabei de sair do show de uma banda que tem um cara que parece o Pete Doherty.”, foi o que disse minha amiga Tamy em algum dia na primeira metade do ano de 2009. Fui descobrir poucas semanas depois que a banda se chamava The Igloos e que o tal cover do vocalista e guitarrista do The Libertines era Bruce Arbex. (não que eles realmente se pareçam, mas enfim.)
Nunca tinha chegado a realmente ouvir a banda, só ouvia os suspiros das garotinhas frequentadoras dos (não) adoráveis locais onde as bandas undergrounds, se é que posso chamar assim, de Juiz de Fora tocam, e, por isso, de início, não dei muito crédito a eles, imaginei que seria só mais uma versão paraguaia de NXZero ou Fresno, que era o que estava em voga na época, como quase todas provenientes dessa cidade de meu Deus.
No entanto, por ironia do destino, descubro que o baixista dos Igloos, Bruno Varoto, tinha feito, ora vejam só, Primeira Comunhão comigo seis anos antes. (o que é provavelmente a cruz que ele carrega, porque tenho um vídeo realmente comprometedor de sua senhoria MWAHAHAHA) Graças a essa descoberta que escutei DEMOniacs versions in Studio, (com um boi na capa, agora me explica) contendo algumas composições próprias e dois covers, um do Kings of Leon e um do White Stripes, se não me falha a memória. Embora a qualidade, perdão, meninos!, estivesse horrível, uma das músicas me chamou a atenção, Table Seventeen era crua e simples, mas grudava na cabeça e tinha uns backing vocals bastante divertidos.
Não cheguei a pegar um único show dos Igloos, pois, pouco depois, eles se tornaram os Malks, com Bruce na bateria, Bruno no baixo e Júlio Xavier na guitarra, dividindo os vocais entre os três, finalmente se firmando como um power trio de respeito, pelo menos pra mim, ao lançar a demo O Mais Bravo.
Contendo sete composições próprias, entre elas, Disease e É O que Vou Dizer, minhas preferidas, (e essa segunda, como adoro contar pra quem quiser ouvir, foi dedicada pra mim como presente de aniversário pelo Bruno. Rá, morram, mortais -n) o som dos caras amadureceu, ficou um pouco mais limpo (não só em relação à qualidade da gravação que melhorou em 200%) e menos infantil. Com infantil, quero dizer catei-a-guitarra-e-toquei-a-primeira-coisa-que-veio-na-cabeça. Ainda que conservem um jeito descontraído de escrever, nota-se a gritante diferença. Mais recentemente, com uma nova formação, deixando, para minha tristeza, de ser um trio, com Caio Lima na outra guitarra, lançaram duas outras músicas.
É, a banda já sofreu uma porção de mudanças estruturais. Bateristas são como os professores de Defesa Contra a Arte das Trevas, mudam o tempo todo. Começaram com o André, passaram pro meu estimado colega Libera, pelo Leonel e parou no Bruce. “Baterista é o bicho ‘mais ruim’ que eu conheço. Foi com esse troca-troca e falta de comprometimento dos antigos bateristas que eu decidi sentar na bateria e aprender a tocar pra resolver isso. Agora é de fato o que mais gosto.”, disse o atual baterista. No final das contas, a bateria está muito representada. Aliás, todos os instrumentos estão. O contrabaixo do Bruno é bem marcado como toda boa banda deveria ter. (ou sou eu que tenho algum problema com a cozinha e não consigo parar de procurar o instrumento de cordas dessa região da “casa”?) A guitarra do Júlio me lembra um pouco a do Albert Hammond Jr. em suas épocas de sarjeta, como no primeiro disco dos Strokes. Caio, ainda não tenho o que dizer sobre você, não vi seu trabalho ao vivo, mas boa sorte aí!
Os Malks são, mesmo agora que já conheço os integrantes, um mistério para mim. Mostram uma fachada de distância absoluta do resto da humanidade, tanto que não foi uma única pessoa que me disse que os achava, principalmente o Júlio e o Bruno, antipáticos. Andando na rua, munidos de suas calças apertadas, All Stars gastos e camisetas de bandas, eles parecem saídos de algum filme indie de música. Olhando um pouco mais de perto, eles não são nada disso. São apenas uns moleques de 17 anos que se juntaram para fazer uma coisa que gostam de uma forma um pouco diferente, não como os coloridos ou os da turma dos discípulos de Blink-182.
O rock and roll não morreu, mas é graças a bandas novas como os Malks que ele se mantém vivo. E sujo.
*O título é uma homenagem a Disease. Ou pode ser entendido pelas músicas grudarem na cabeça como um vírus. Ou ainda pelos integrantes serem meio doentes mesmo, hahaha
Para ouvir e para baixar.
Por Gabi.
Para ouvir e para baixar.
Por Gabi.
NÃO ACREDITO QUE O GOOGLE ENGOLIU O MEU COMENTÁRIO GIGANTE E SEM ERROS ORTOGRÁFICOS! /horror
ResponderExcluirResumindo: os Malks são bons de música, adoro as camisetas deles, e o Bruce fez a primeira comunhão comigo. E eu pago ~MUITO~ pau pro WLN pela organização e as colunas :D então, tchau. Q
eu sou o contrário de você, Zuda! Fui num show da época que ainda eram The Igloos (e nem foi por culpa do nosso estimado Libera, que troca de banda igual eu troco de roupa) e não fui ainda como Os Malks. :( Espero corrigir isso ASAP!
ResponderExcluirps: e ah sim (você sabia que eu ia falar alguma coisa disso que EU SEI u_u HAHAHAHAHAH)
"não como os coloridos ou os da turma dos discípulos de Blink-182"
HUAHAHUAHA SO TRUE. Só espero que não julguem Blink por causa desse bando de banda (?) que se diz influenciada por eles hoje em dia. miu.
pps: Disease é minha preferida também :)
MALKS ARRASAM OK. Show no Boutique não é a mesma coisa sem eles ( eu fã)
ResponderExcluirLaís, então vai no próximo show comigo? :(
ResponderExcluirOs moleques são bons, eles têm futuro.
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