Mod(a)
Bem vindo ao pós-guerra: o Baby Boom acaba de explodir, e o mundo, agora, tão jovem, colide com um país de hábitos tão arcaicos como a Inglaterra. Nunca existira até então o “ser jovem”, o poder impor seus conceitos e criticar tradições e caretices.
Em meio a isso, o rock ‘n’ roll de Elvis Presley comprou passagem direto para a ilha, mas nem chegou a aportar e ficou preso nos barcos que transmitiam as chamadas rádios piratas, como a Radio London e a Radio Caroline; a moda masculina saiu pela primeira vez dos guetos homossexuais e deu origem aos Teddy Boys, primeiro grupo a firmar seu estilo próprio. Munidos de blazers saville row azuis ou vermelhos, topetes engomados e golas pretas de veludo, seguindo o estilo eduardiano, eles eram o rock ‘n’ roll britânico.
Os Teddy Boys mais roqueiros ficam estacionados permanentemente na rebeldia dos anos 50 e são, assim, formados os rockers. Outros, os mais dandies, vestem definitivamente a imagem das roupas impecáveis.
Subiam em suas scooters de forma a não sujar seus ternos italianos de lapelas estreitas com a graxa das motocicletas, vestiam suéteres de gola rulê ou cashmere com gola em V, camisas abotoadas até o colarinho e gravatas fininhas, cortavam os cabelos inspirados nos ídolos da nouvelle varge francesa e eram apaixonados por jazz. Esses eram os mods.
Enquanto os primeiros jeans começavam a sair da classe operária, os mods iam na direção contrária, num rigor impecável do look continental da cabeça aos pés. Era preciso dinheiro para ser mod: pela primeira vez, eles não precisavam trabalhar para ajudar em casa e, graças a essa nova prosperidade, podiam gastar com a formação de seu visual.
Qualquer semelhança com os Beatles dos primeiros anos, não é coincidência.
As garotas mod, por sua vez, eram andróginas: cortavam curtos os cabelos, pegavam emprestadas as roupas dos namorados, usavam sapatos baixos e pouquíssima maquiagem, no máximo um batom branco ou de cor clara e cílios postiços. Ao mesmo tempo, deram inspiração e usariam as minissaias de Mary Quant.
Mary Quant não tenta roubar a patente do estilista francês Courrèges, porque, para ela, de qualquer forma, quem inventou a peça foram a rua e as garotas cansadas da ditadura da moda. E, de fato, a minissaia ajudou a firmar a independência que as mulheres conquistavam aos poucos, junto com a pílula e a revolução sexual.
Rejeitando tudo o que é antiquado, sem graça e ultrapassado da cultura britânica, ainda assim não perpetuavam a rebeldia instalada nos anos 50. Ninguém entendia o mod. Eles “não tinham potencialidades ou consciência de si ou do mundo, apenas eram”: esse conceito do existencialismo de Sartre dava base ao movimento.
Logo precisariam de um centro para sua Swinging London, assim chamada a grande borbulha cultural que surgira ali e dali para o resto do mundo. Foi eleita a Carnaby Street, que, abertas as lojas de John Stephen, a pioneira, e, logo depois, de Mary Quant, Lord John e Take Six, entre outras, é até hoje onde se encontram as boutiques mais legais da cidade. Além dela, havia a Kings Road, em Chelsea, mãe da expressão “Chelsea Girl” para denominar as garotas de cabelos tão curtos quanto suas saias.
A cultura pop se instala no mainstream. As revistas de moda viram de cabeça para baixo e vão perdendo a pose de algo chique e sofisticado. O filme Blowup surge como registro fiel do período, contando a história do ícone da Swinging London, David Bailey, um famoso fotógrafo de moda que retratou alguns dos rostos mais marcantes do mod, como Twiggy.
O filme trouxe uma série de questões que os adolescentes não entendiam, mas gostavam de fingir que entendiam. (alguma semelhança no mundo de hoje?) Serviu também para a glamourização da figura do fotógrafo.
Depois das famosas brigas de rua com os rockers, alguns mods tornaram-se os hard-mods e, para essa vertente, a moda já não merecia tanta influência. Os hard-mods viriam depois a cortar os cabelos bem curtos, calçar coturnos Dr. Martens e dar origem aos primeiros skinheads.
Listras, xadrez, roupa sequinha, risca de giz, sapato de couro, terno preto, gravatas finas e camisas brancas são o mod atual. Os estilista Ricardo Almeida ajuda na manutenção do estilo ao criar roupas para executivos mais descolados e outros adeptos, e atores como Adam Brody e Joseph Gordon-Levitt arrancam suspiros femininos ao desfilarem por aí com seu estilo digno da Swiging London dos anos 60.
Zooey concorda comigo. E vocês, meninas?
Por Gabi.
FONTE: Fashion Splash.
Comentando pra Gabi não ficar triste 8D
ResponderExcluirÓtima pesquisa, mas agora todos os guris vão ficar mods pra ter uma Zooey pra eles :/
depois de ler isso, tive certeza de que vc vai ser a futura sei la oq da Vogue (:
ResponderExcluirGabizinha toda profissional, que lindo! Quero ser mod também, comofas
ResponderExcluir\Igor, ou Junior.