14 de fevereiro de 2013

    Eu, que desde os meus 14 anos nunca deixei de participar de uma banda sei o quão importante é tocar em um festival. Nós da banda sempre encarávamos um festival como uma ótima oportunidade de sermos vistos por novas pessoa, a gente chamava de festival quando tinham mais de cinco bandas de três cidades diferentes tocando no mesmo dia. Agora imagina o que tocar num palco do Lollapalooza Chicago? É a chance de ser visto por milhares de pessoas que muito provavelmente nunca ouviriam sua banda e com o streaming no youtube, a número sobe pra casa dos milhões. E foi dessa forma que eu conheci o JEFF The Brotherhood. Se bem me lembro era o segundo dia da edição 2012 do festival e eu que estava vivendo o ócio de um sábado resolvi dar uma passada no youtube e ver se alguma banda boa estava tocando naquela tarde (por volta das 13h aqui). O nome JEFF The Brotherhood estava no canal 1, meu primeiro pensamento foi "vish, outra dessas bandas de indie pop ou algo com tecladinhos pra dançar numa festa daquele bar frequentado em grande parte pelo público afetado", mas mesmo assim eu dei uma chance ao nome e BOOM!
Os irmãos Jake e Jamin Orrall começaram a ensaiar juntos quando tinham por volta de 15 anos na sua cidade natal Nashville no estado do Tennessee, EUA. Cidade famosa como berço de inúmeros artistas country e daquela banda que todo mundo era fã há 5 anos, Kings of Leon. O som deles nada tem a ver com a música de vaqueiro, se aproxima muito mais dos punks de 1977, A irmandade JEFF desenvolveu pra si um estilo único quando não se preocupou em seguir por um único caminho, é óssível perceber de influencias que vão de Black Sabbath a Talking Heads passando por Thin Lizzy, Ramones e até Pink Floyd. A singularidade da banda se segue pelo fato de que Jake, o guitarrista e voclista, usa apenas três cordas no seu instrumento, as mais graves. Isso porque JEFF foi a primeira banda tanto dele quanto do irmão nunca haviam tocado antes, então, pra facilitar o aprendizado, deixou só as duas cordas mais graves, daí o som ficou limitado demais, adicionou a terceira corda e pronto. Mais de dez anos depois ele continua tocando dessa forma.



Não felizes em já serem diferentes o bastante, os irmãos fundaram a própria gravadora para lançar seus discos, muitas vezes em tiragem limitada (o que os tornou raros e caros hoje em dia). Deram o nome de Inifinity Cat e atualmente dá suporte a diversos artistas e bandas independentes da região deles.

Começaram a chamar a atenção de públicos maiores já em 2009, após lançarem o álbum Heavy Days, aos poucos conseguindo apresentações em festivais de respeito como SXSW, onde foram indicados pela SPIN magazine como "must-hear acts" da edição de 2011. Com um mini-documentário da Life+Times eles chamaram a atenção de um homem de respeito, o Senhor Shawn Corey Carter, mais conhecido como Jay-Z, que fez uma propaganda dos caras em seu twitter.
É POUCA BOSTA?
No ano passado veio seu projeto mais ambicioso até então, o álbum Hypnotic Nights, produzido pelo homem que acabou de ganhar, entre outros, o Grammy de Produtor do Ano, quem é ele???? Dan Auerbach, a metade dos Black Keys.


Nos últimos tempos a banda só tem colhido bons frutos do seu ótimo trabalho e dedicação, sendo atração de grandes festivais como Lollapalooza e Coachella. Havia uma ponta de esperança deles virem ao Brasil pra segunda edição do LollaBR, levando em conta que o nosso Line-up é muito baseado no que acontece por lá no ano anterior, mas é lógico que não seria tão fácil para o Varoto.

Se o meu texto te deixou curioso pra ouvir o som deles, não se preocupe, logo abaixo têm uma playlist e alguns clipes pra você gastar seu tempo. E caso se interesse de verdade e não consiga encontrar downloads dos CDs, só enviar um e-mail pra mim que eu lhe arrumo :)


Há braços, e até a próxima.

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