18 de agosto de 2012



                Olá, nerds! Há quanto tempo, não? Como têm passado? Encontraram outro blog que falasse das coisas nérdicas tão nerdicamente quanto nós, nerds? Espero que não. Bom, vamos ao que interessa; Passei um tempo tentando escolher em qual coluna eu deveria postar e optei pela You Have Failed, porque a impressão de falha, nesse caso, é bem proeminente.



Lucy é uma estudante universitária que se sustenta com empregos degradantes, como cobaia de estudante e prostituta, por exemplo. Além disso, tem que lidar com a mãe descontrolada, com um amigo colorido viciado em drogas e com um locador intolerante. Em meio a essa rotina disfuncional, Lucy recebe uma proposta de uma casa de prostituição que trabalha de uma forma bem inusitada. E aceita.
Essa é a premissa de Beleza Adomercida, escrito e dirigido por Julia Leigh e o primeiro filme australiano a estrear em Cannes desde Moulin Rouge. Além disso, é protagonizado pela brilhante Emily Browning e parcialmente baseado no romance The House of Sleeping Beauties, da vencedora do Nobel de Literatura Yasunari Kawabata, o que trouxe ainda mais atenção para a película. Mesmo assim, a sensação que deixou foi de decepção.
                Na tentativa de criar uma estética original, o filme segue um tom frio e distante, com as cenas filmadas em takes contínuos, em conformidade com a insensibilidade emocional da protagonista, mas destoante do tema forte. E é aqui que aparece o fail: em vez de ser inovador e emotivo, tornou-se artificial e inexpressivo. O espectador é exposto a uma rotina pontuada por algumas poucas variáveis, mas a personagem apenas flutua pelos cantos, sem desenvolvimento psicológico até, pelo menos, a última cena. E ainda por cima, a inexistência de trilha sonora, que seria a última esperança de colocação emocional para a plateia, manteve-a alheia e desinteressada. Ou seja, todo o esforço para manter o tratamento “alternativo” só deixou a história monótona.
                E o que é realmente uma merda nisso tudo? É o sentimento de déja vù que acompanha o filme o tempo inteiro: o approach que eu descrevi acima cabe em qualquer película indie que trata de temas polêmicos e estreia em festivais importantes. No fim, a impressão de industrializado é tão forte que não seria tão diferente se fosse outro produto hollywoodiano; quem sabe não seria até melhor?
Enfim, muito obrigado por ler, espero que tenham considerado o tempo que gastaram aqui válido, e, se sim, estarei muito feliz em receber seus comentários. Até logo!

Um comentário:

  1. Não assisti ao filme, mas a quanto a questão da trilha sonora: o filme é australiano, mas pelo jeito visava Cannes, prêmio de cinema francês, e os filmes de lá realmente não dão muito as mãos para a trilha sonora. Será que não foi isso que aconteceu?
    Ótimo crítica, bem argumentada. ;)

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