
Olá,
nerds! Há quanto tempo, não? Como têm passado? Encontraram outro blog que
falasse das coisas nérdicas tão nerdicamente quanto nós, nerds? Espero que não.
Bom, vamos ao que interessa; Passei um tempo tentando escolher em qual coluna
eu deveria postar e optei pela You Have
Failed, porque a impressão de falha, nesse caso, é bem proeminente.
Lucy é uma estudante
universitária que se sustenta com empregos degradantes, como cobaia de
estudante e prostituta, por exemplo. Além disso, tem que lidar com a mãe
descontrolada, com um amigo colorido viciado em drogas e com um locador
intolerante. Em meio a essa rotina disfuncional, Lucy recebe uma proposta de
uma casa de prostituição que trabalha de uma forma bem inusitada. E aceita.
Essa é a
premissa de Beleza Adomercida,
escrito e dirigido por Julia Leigh e o primeiro filme australiano a estrear em
Cannes desde Moulin Rouge. Além
disso, é protagonizado pela brilhante Emily Browning e parcialmente baseado no
romance The House of Sleeping Beauties,
da vencedora do Nobel de Literatura Yasunari Kawabata, o que trouxe ainda mais
atenção para a película. Mesmo assim, a sensação que deixou foi de decepção.
Na
tentativa de criar uma estética original, o filme segue um tom frio e distante,
com as cenas filmadas em takes contínuos, em conformidade com a insensibilidade
emocional da protagonista, mas destoante do tema forte. E é aqui que aparece o fail: em vez de ser inovador e emotivo,
tornou-se artificial e inexpressivo. O espectador é exposto a uma rotina
pontuada por algumas poucas variáveis, mas a personagem apenas flutua pelos
cantos, sem desenvolvimento psicológico até, pelo menos, a última cena. E ainda
por cima, a inexistência de trilha sonora, que seria a última esperança de
colocação emocional para a plateia, manteve-a alheia e desinteressada. Ou seja,
todo o esforço para manter o tratamento “alternativo” só deixou a história
monótona.
E
o que é realmente uma merda nisso
tudo? É o sentimento de déja vù que
acompanha o filme o tempo inteiro: o
approach que eu descrevi acima cabe em qualquer película indie que trata de
temas polêmicos e estreia em festivais importantes. No fim, a impressão de
industrializado é tão forte que não seria tão diferente se fosse outro produto
hollywoodiano; quem sabe não seria até melhor?
Enfim, muito
obrigado por ler, espero que tenham considerado o tempo que gastaram aqui
válido, e, se sim, estarei muito feliz em receber seus comentários. Até logo!
Não assisti ao filme, mas a quanto a questão da trilha sonora: o filme é australiano, mas pelo jeito visava Cannes, prêmio de cinema francês, e os filmes de lá realmente não dão muito as mãos para a trilha sonora. Será que não foi isso que aconteceu?
ResponderExcluirÓtimo crítica, bem argumentada. ;)